Conceitos
físicos, tais como massa, força, luz,
eletricidade, etc.
apesar de quotidianos, não são simples.
Ao
contrário, eles têm uma
longa evolução histórica,
ontológica e epistemológica.Tendo em conta a História da Física, o modelo de Perfil Conceitual (MORTIMER, 1995, 1996) permite estudar a coexistência de diferentes visões da realidade, do senso comum ao científico.
Os livros-texto e as aulas costumam apresentar os conceitos físicos de forma muito abstrata e, muitas vezes, até mesmo, cientificamente incorreta (JAMMER, 1961).
Esquecem que é preciso levar em consideração que os conceitos em ciência passaram, em sua grande maioria, por um longo processo de “depuração histórica”, à medida que as ciências se desenvolviam.
Parecem ignorar que palavras tais como 'força', 'energia', 'massa', etc., que no uso diário estão carregadas de metáforas, estão sendo retiradas do seu contexto comum e recebendo um significado técnico altamente sofisticado.
Assim, os estudantes em sala de aula não são conscientizados ou sensibilizados para essas mudanças semânticas e são submetidos a concepções cientificas de alto grau de abstração.
Como resultado, os estudantes continuam a trazer para sala de aula os vagos significados metafóricos do uso quotidiano que atribuem a esses termos, configurando-se em obstáculos de ordens epistemológica e ontológica.
Décadas de estudos, análises e propostas de modelos para uma mudança conceitual mostraram que essas concepções prévias fazem parte do processo cognitivo do indivíduo. São fortemente resistentes, independentemente de qualquer esforço para sua evolução (DRIVER, 1989), coexistindo simultaneamente com as concepções científicas.
As diferentes interpretações da realidade compõem-se em zonas, lado a lado no Perfil Conceitual, com características epistemológicas e ontológicas distintas.
As zonas correspondem a categorias de análise com poder explanatório sucessivamente crescente, num arranjo gráfico, qualitativo, em que a maior ou menor altura de cada zona nesse gráfico representa a maior ou menor presença dessa maneira de ver no pensamento do indivíduo.
O perfil será diferente para cada indivíduo porque embora as categorias sejam as mesmas para cada conceito, ele será fortemente influenciado pelas experiências distintas de cada um.
Veja também Perfil Conceitual na Wikipédia.
Veja abaixo exemplos de perfil conceitual para os conceitos de
Perfis Conceituais estudados por este grupo:
O
Conceito de Energia na Física –
Evolução Histórica e Perfil Conceitual.
(Aline Cesar Druzian) Dissertação
(Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática) -
Universidade Luterana
do Brasil, Canoas, RS, 2009. O objetivo deste trabalho
é
determinar categorias de um
Perfil
Conceitual do conceito de Energia em Física, para melhor
compreender a
coexistência das concepções
alternativas e das concepções
científicas
durante o processo ensino-aprendizagem.
Sobre
a
Formação do Conceito de
Fração numa Perspectiva
Histórico-Crítica do Ponto de Vista
Psicogenético Piagetiano. (com
Semíramis Coelho da
Silva Guabiraba) Apresentado no IV Congresso Internacional de Ensino
da Matemática, Canoas-RS, 2007. Este trabalho visa analisar
o
desenvolvimento
histórico-psicogenético
do conceito de fração,
construir seu perfil conceitual e sugerir formas de tornar seu
ensino-aprendizagem mais satisfatório.
Evolução
Conceitual
em Frações com o
uso de
Simulações Computacionais. (com
Priscila Gabriele Petry)
Apresentado no IV Congresso Internacional de Ensino da
Matemática,
Canoas-RS, 2007. Este estudo traz uma
relação de algumas
concepções alternativas em
frações, a descrição de
applets (simulações computacionais) que trabalham
conceitos
fracionários e seu uso para evolução
conceitual.
Uma Proposta de
Perfil
Conceitual para
os Conceitos de Luz e Visão.
(com Aline Cesar Druzian e Tane Radé) Apresentado
no VI ENPEC - Encontro Nacional de Pesquisa em
Educação de Ciências,
Florianópolis,
SC, 28 de novembro a 2 de dezembro de 20007. Bauru, SP: ABRAPEC, 2007.
O objetivo deste trabalho
é construir o perfil conceitual de luz e visão
através da Matriz
Epistemológica para
compreender a coexistência de suas várias
concepções durante seu
ensino-aprendizagem.
Uma Proposta
de Perfil
Conceitual para o Conceito de Força. (com Tane
Radé) Apresentado
no V ENPEC - Encontro Nacional de Pesquisa em
Educação de Ciências,
Bauru, SP, 28
de novembro a 2 de dezembro de 20005. Bauru, SP :
ABRAPEC, 2005. O objetivo deste trabalho é construir o
perfil
conceitual de força pela análise da Matriz
Epistemológica para
compreender a coexistência de suas várias
concepções durante seu
ensino-aprendizagem.
Uma Proposta
de Perfil Conceitual para
o Conceito de Massa. Apresentado no IX EPEF -
Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Física,
Jaboticatubas,
MG, SBF, 26 a 29 de Outubro de 2004, São Paulo :
SBF-Sociedade
Brasileira de Física, 2005. Neste trabalho, identificamos as
categorias
do perfil conceitual de
conceito de massa,
através da análise
histórico-crítica e psicogenética de
Piaget
& Garcia e construímos um teste para
validá-las.
A
folha seca, a pedra, a maçã e o
Sputnik: Algumas considerações sobre a
Psicogênese do conceito de
Massa. Acta Scientiae (ULBRA), Canoas, RS, v. 7, n.
2, p. 7-22, 2005. Comunicação apresentada
no Congresso
Internacional comemorativo do Centenário de Jean Piaget,
Instituto Piaget, Almada, Portugal, 19 a 23 de Novembro de 1996.
Apresentamos observações referentes à
psicogênese
dos conceitos de massa e peso, de Aristóteles a Newton, uma
comparação
à elaboração desses conceitos pela
criança. e algumas implicações
pedagógicas.Voltar a História da Física.
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