'Revolução Científica' é um termo cunhado pelo historiador da Ciência Alexandre Koyré em 1939 para designar o período do século 16 ao 18 na Europa em que as idéias científicas e filosóficas medievais que constituíam a chamada Filosofia Natural deram lugar aos fundamentos da Física, Química, Biologia, Astronomia, Medicina e Matemática como as conhecemos hoje, como veremos abaixo.
Segundo Roque,
"Na historiografia tradicional, o papel de Descartes e de suas contribuições à geometria aparece ora desconectado desse contexto mais amplo, ora como consequência vaga, no máximo de natureza filosófica" (ROQUE, 2012, p. 278).
Considera-se que a Revolução Científica foi deflagrada pela publicação, em 1543, de dois trabalhos revolucionários:
Principais mudanças da Revolução Científica:
A Revolução Científica marca, na Europa, a cisão entre:
Marca, também, uma separação sujeito e o Universo. O sujeito, agora, se torna um observador externo ao Universo, o qual analisa como um objeto de estudo, uma máquina. Para tal, como vimos na aula As Contribuições de Galileu e Newton, contribuiu fortemente a introdução da perspectiva.
O termo 'Revolução científica' é contestado por vários historiadores.
Os continuístas defendem que não houve uma ruptura radical, mas um desenvolvimento gradual e contínuo das Ciências desde a Idade Média, embora num ritmo diferente, desde o chamado Renascimento do século XII e a chamada Revolução Científica Islâmica, do século VIII ao XII.
Assim, por exemplo:
Apesar de tudo o que foi visto acima, os personagens abaixo são considerados os 'artífices' da Revolução Científica Européia.
O progresso da burguesia precisava de uma ciência progressista. Como diz Roque (2012),
"No final da Idade Média, enquanto se desenvolvia uma cultura urbana, começavam a proliferar oficinas nas quais os técnicos colaboravam entre si para desenvolver uma tecnologia que atendesse às demandas dos novos tempos" (ROQUE, 2012, p. 295).
Apesar disso, as Universidades mantinham seu currículo medieval, opondo-se ativamente ao desenvolvimento científico e mantendo as ciências como servas humildes da Teologia.
Como veremos na aula As Contribuições de Galileu e Newton, a ética protestante, que valorizava o trabalho e a exploração da Natureza, incentivou a investigação científica dessa mesma Natureza.
Gassendi imaginou o Universo como composto de átomos, presididos por um Criador onipotente.
Francis Bacon rejeitou o Aristotelismo e o Escolasticismo, pregando uma Ciência inspirada pela Religião mas confirmada pela verificação experimental.
Giordano Bruno, influenciado pelo Hermetismo, defensor do Humanismo, pregava o Heliocentrismo e que o Universo era infinito, contendo uma infinidade de estrelas e planetas, nos quais, existiria vida inteligente.
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