À hora marcada, um pequeno grupo de torcedores vai se levantar e, de acordo com o costume, torcedores vizinhos de ambos os lados vão repetir o movimento, produzindo a "ola" mexicana, que se tornou popular durante a Copa do México de 1986.
O objetivo é verificar se as "olas" se comportam da mesma forma que sólitons, tipo de onda que foi primeiramente descrita matematicamente justamente por outro holandês, Diederik Korteweg no final do século 19.
Ao contrário das ondas comuns, sólitons viajam a uma velocidade constante sem se dispersarem ou mudarem de forma, mesmo quando colidem com outro sóliton. E é essa propriedade que van Heijst estará testando com as ondas produzidas pelos torcedores.
Quando as ondas se encontrarem no lado oposto do estádio, câmeras estarão monitorando a interação para ver se as ondas emergem indeformadas. Toda a experiência deverá levar 20 segundos, considerando-se os valores usuais para uma "ola" se propagar (vide abaixo).
Na verdade, van Heijst aproveita para celebrar também os 200 anos da Real Academia Holandesa de Artes e Ciências, de que é membro, tal como Korteweg.
"Queremos mostrar ao público como Ciência é interessante," diz ele.
Para além de comemorações, Van Heijst quer descobrir, também, se multidões podem se comportar como um meio contínuo, i.e., se podem demonstrar propriedades macroscópicas baseadas em comportamentos microscópicos, tal como no caso de um gás ideal.
As "olas" já foram estudadas por cientistas da Universidade de Budapeste, na Hungria, que concluíram que ela se propaga a uma velocidade de 12 metros (ou 20 assentos) por segundo e tem geralmente um comprimento de onda de 12 metros, ou 15 assentos. Também foi descoberto que são necessárias entre 25 e 35 pessoas para fazer uma boa "ola" se espalhar pelos locais.
Jan van Merwijk, diretor do estádio, observa que “Já vimos muitas ondas circulando pelo estádio, mas é a primeira vez que experimentamos com ondas opostas. Estamos muito curiosos.”
Eu também.
Fontes:
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